sábado, 7 de junho de 2008

Manuel Botelho de Oliveira e o século XVII


Manuel Botelho de Oliveira e o século XVII

Não chegaram a nós outras peças Jesuítas e, até agora, não se descobriram textos que tenham sido representados durante o século XVII. Deste período se guarda o nome dos autores baianos Gonçalo Ravasco Cavalcanti de Albuquerque e José Borges de Barros, e do carioca Salvador de Mesquita. Em geral se desconhece o assunto das obras, restando somente a indicação do festejo e a respectiva data em que foi apresentado. Porém, registra-se uma exceção, que são duas peças do baiano Manuel Botelho de Oliveira (1637-1711). Foi ele o mais antigo poeta do país a editar suas obras, o que não deixa de ser uma curiosidade histórica. No entanto suas comédias, escritas em espanhol, observavam os modelos hispânicos, e não há registro algum de representações.
Homem culto, de formação européia, o autor escrevia em quatro línguas. As comédias, Hay Amigo para Amigo é uma réplica a No Hay Amigo para Amigo, de Francisco de Roja Zorrilla, Amor, Engaños y Celos se aparenta a La más Constante Mujer, de Juan Perez Montalván. Duas peças que se assemelham mais a exercícios literários feitos por alguém com pouco espírito criador.
Além da falta de documentos sobre a época, o que de fato dificulta, muitíssimo, a comprovação de, se realmente houve um vazio ou não, em termos de uma produção teatral, talvez algumas causas expliquem esse suposto vazio: novas condições sociais do país, não cabendo, nos centros povoados, o teatro catequético dos jesuítas; nativos e portugueses enfrentando invasores franceses e holandeses; acontecimentos que modificaram e, de certa forma, anularam um panorama propício ao desenvolvimento artístico.

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