sábado, 7 de junho de 2008

Cláudio Manuel da Costa e o teatro árcade



Somente na segunda metade do século XVIII, tem-se notícia da instalação, em muitas cidades, de um teatro regular, eram as chamadas “Casas de Ópera” - edificações criadas para representações. Cabe-nos considerar essa inovação um progresso essencial da atividade cênica, sobretudo porque os prédios teatrais foram utilizados por elencos mais ou menos fixos, com certa constância no trabalho. Porém, sob o prisma da dramaturgia, persiste o vazio, porque só o que chegou aos tempos atuais foi o texto de O Parnaso Obsequioso, do poeta Cláudio Manuel da Costa. Além deste, as óperas de Antonio José da Silva podem ser incorporadas à literatura dramática brasileira, por ter este autor nascido no Rio de Janeiro, apesar de toda sua obra e vida, estar ligada, de fato a Portugal e ao Teatro Português.

O Parnaso Obsequioso, drama de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789). O futuro inconfidente escreveu a peça “para se recitar em música” no dia 5 de dezembro de 1768, data do aniversário de D. José Luís de Meneses, Conde de Valadares, Governador e Capitão-General da Capitania de Minas Gerais. São interlocutores Apolo, Mercúrio, Calíope, Clio, Tália e Melpomene, representando a cena o Monte Parnaso. O Parnaso Obsequioso resulta num coro das musas e dos deuses Olímpicos em louvor do aniversariante, novo governador das Gerais. Seria de se estranhar o tom bajulador da pequena obra, se ele não fosse algo comum em todas as manifestações públicas da época. O mérito teatral é escasso, composto por um verso duro, precioso e eurocêntrico. O Parnaso Obsequioso é um drama circunstancial que se define pelas características d literatura e pelo teatro árcade.

Outro inconfidente, Alvarenga Peixoto (1744-1793), escreveu o drama Enéias no Lácio, do qual, só sobram os registros de representação, mas nada sobrou do texto.

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