segunda-feira, 16 de junho de 2008

Castro Alves


Outra obra de poeta é Gonzaga ou a Revolução de Minas, único texto completo de Castro Alves (1847-1871), escrito expressamente para o palco. De passagem pelo Rio, o cantor de “Os Escravos” leu a peça para José de Alencar, que a consagrou numa carta endereçada a Machado de Assis, apesar das restrições feitas à exuberância de poesia. Machado de Assis também saúda o Gonzaga,
Depois de uma representação na Bahia, sua terra natal, Castro Alves tem a peça encenada em São Paulo, em 1868, e o êxito não poderia ser maior. Além do interesse dos escritores pelo teatro, no século passado, motivara o poeta o desejo de criar uma personagem para a atriz Eugênia Câmara, a musa e amante por quem mantivera com Tobias Barreto as memoráveis batalhas do teatro Santa Isabel do Recife.
Depois de Leonor de Mendonça, Gonzaga ou a Revolução de Minas, é provavelmente o drama romântico mais inspirado de nossa literatura. Gonzaga ou a Revolução de Minas, revista no excesso verboso, que se adapta mais à oratória que ao teatro, e depurada das vilanias melodramáticas, tem eficácia para o público, e sobretudo, como aspirava e alcançou o autor, para uma platéia acadêmica.

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