segunda-feira, 16 de junho de 2008

José de Alencar


A passagem meteórica de José de Alencar (1829-1877) pela cena brasileira convida à meditação. Tudo o que escreveu para o teatro resumiu-se dos 28 aos 32 anos, depois do lançamento brilhante do romance O Guarani, e antes da total consagração do escritor e do homem público.
A entrada de Alencar na cena deu-se com o mesmo êxito do romance, e em poucos meses encenaram-se três obras suas. Rio de Janeiro (Versos e Reversos) foi representado pela primeira vez no Ginásio carioca em 28 de outubro de 1857, e o Jesuíta, última peça que compôs, destinava-se a pedido de João Caetano, a “solenizar a grande festa nacional no dia 7 de setembro de 1861”. Como o ator desistiu de apresentar o drama, depois de alguns ensaios, só em 1875 o público foi conhecê-lo, registrando-se um malogro total.O dramaturgo acusa o público do desinteresse pela produção nacional, e afirma que, antes de escrever O Jesuíta já tinham passado as veleidades teatrais que produziram Versos e Reversos, O Demônio Familiar, O Crédito, As Asas de um Anjo, Mãe, Expiação, e já me havia de sobra convencido que a platéia fluminense estava em anacronismo de um século com as idéias do escritor.

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